(Português do Brasil) Gustavo fala de seu tempo na University of British Columbia

Postado por: Johannes Gérson Janzen

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Gustavo Facincani Dourado retornou em março de 2017 da renomada University of British Columbia (UBC). Ele faz parte do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Ambientais (PGTA) da UFMS e realizou parte de seu mestrado no Canadá. Gustavo utilizou sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas para entender os processos de mudanças no uso e ocupação da terra e suas consequências sobre os recursos hídricos, com destaque para nascentes. Avaliando as pressões antrópicas e seus respectivos impactos, por meio de uma nova técnica utilizando índices de sensoriamento remoto. No Brasil, o projeto é orientado pela Profa. Sandra Garcia Gabas; e no Canadá, o Prof. David F. Scott, do Departamento de Ciências Ambientais e da Terra, atuou como o tutor do aluno na UBC. Gustavo permaneceu por um semestre realizando parte de suas pesquisas no Canadá, por meio do programa Emerging Leaders in the Americas Program (ELAP), financiado pelo governo canadense. De volta ao Brasil, ele continua realizando seu trabalho no LabGIS (Laboratório de Geoprocessamento para Aplicações Ambientais) – UFMS e compartilha com a comunidade acadêmica e profissional parte de sua experiência na entrevista a seguir.

 

Qual foi seu objetivo neste tempo na UBC?

Complementar minha formação por meio de novos conhecimentos sobre hidrologia florestal, área de especialidade do Prof. David Scott, para complementar minha pesquisa. Além de estudar as leis ambientais canadenses e cursar aulas práticas e teóricas de hidrogeologia.

 

Qual foi o seu aspecto favorito nesta estadia?

Cheguei em setembro de 2016 na UBC, campus de Kelowna – BC. A Universidade estava tendo uma comemoração por seu aniversário de 100 anos, com a visita do Príncipe William e da duquesa Kate Middleton. Ter a possibilidade de estar no meio de alunos e profissionais de uma instituição reconhecida pela qualidade de ensino e infraestrutura como uma das melhores universidades do mundo, foi algo que eu nunca imaginei fazer.

 

De que forma esse período na UBC ajudou na sua formação como pesquisador?

A abrangência de temas relacionados a minha pesquisa e meu interesse na área me colocaram em contato com professores de geomorfologia, biogeoquímica, hidrogeologia, hidrologia, ciências ambientais, avaliação de impactos ambientais, entre outros. A conexão entre as diferentes áreas do conhecimento, em um corpo acadêmico de prestígio, com todas as condições necessárias para o suporte da ciência, promove a pesquisa avançada no Canadá. Estar mergulhado neste ambiente me fez enxergar melhor a carreira que pretendo seguir. Além disso, posso dominar melhor o inglês, principalmente com relação ao conhecimento técnico-científico da língua. O David até comentou que a parte escrita da minha dissertação ficou melhor que a de muitos de seus alunos que têm o inglês como língua nativa.

 

E como pessoa?

Durante minha graduação, tive a oportunidade de participar de um intercâmbio na Argentina. Fui sem saber direito o idioma (que aprendi em 75 dias), e tive a oportunidade de fazer 2 estágios por lá. Achei a experiência incrível, e quando retornei, já me inscrevi para um outro intercâmbio, dessa vez bem diferente, na Coréia do Sul. Fui sem falar direito o inglês (depois de 1 mês, eu já estava ensinando inglês para crianças) e não sabendo nada de coreano, outra experiência que também foi imperdível! Não quis perder a oportunidade de ter outra experiência internacional durante o mestrado e certamente tentarei novamente no doutorado. Nestes novos ambientes, estamos imersos entre pessoas de vários lugares do mundo, em culturas diferentes, em contato com novos idiomas, o que nos proporciona aprendizados 24h por dia. Aprendemos a ser flexíveis, a nos adaptar a qualquer situação, a ter diferentes modos de pensar e analisar situações, voltamos com uma nova bagagem e visão de vida. Além disso, a possibilidade de viajar e conhecer novos lugares e pessoas é um diferencial. Tive a oportunidade de conhecer 11 países durante os intercâmbios e tenho amigos em pelo menos outros 6.

 

Você, e o seu grupo de pesquisa, continuam interagindo com a UBC. Conte-nos um pouco acerca disso.

Seguimos em contato com o prof. David Scott, contato este que pretendo manter para um futuro doutorado. Ele participou recentemente da minha defesa, sendo um dos examinadores da minha dissertação, sendo a minha a primeira banca internacional por Skype do PGTA, motivo pelo qual escrevi minha dissertação e fiz minha apresentação em inglês. Ele também estará participando das publicações de artigos resultantes da minha pesquisa. Manter o contato com instituições e pesquisadores internacionais é de grande valor para as universidades brasileiras, o que possibilita a construção de pontes para possíveis acordos e colaborações futuras.

 

Gustavo, para terminar. Quais conselhos você daria para o aluno que deseja realizar pesquisa de alta qualidade?

Eu aconselho qualquer aluno que tenha interesse em pesquisa a desenvolver seus projetos em suas áreas de interesse com parcerias estrangeiras, sempre que possível. Mesmo que sua instituição não apresente acordos com universidade estrangeiras, existem inúmeras possiblidades que podem ser encontradas facilmente no Google (que foi como encontrei minha bolsa de estudos no Canadá, que a princípio parecia algo impossível de se alcançar). Universidades internacionalmente respeitadas, como a UBC, apresentam um olhar diferente para a ciência e para o ensino, além de apresentarem um leque de possibilidades. Uma grande variedade de oportunidades é aberta nestes intercâmbios, simplesmente pelo contato com novos profissionais em um país de primeiro mundo. Além disso, o inglês é a língua universal da ciência, publicações em inglês são essenciais para quem quer ver seu trabalho ultrapassando fronteiras.

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